Refletindo sobre um fato: tantas pessoas inconformadas com a maioria das situações que vivenciamos no mundo; uma parte delas fazendo graduação, mestrado, doutorado, pós-doutorado; quantas destas pessoas pararam para refletir em algum momento sobre as diretrizes que regem os caminhos que revolucionam o mundo e a ciência? Sobre a relevância para o mundo e para si próprio dos resultados de seus esforços?
Quase todos os dias vejo uma equipamento eletrônico novo, inovações tecnológicas que proporcionam um incremento quase imperceptível pelo consumidor final - se não fosse as campanhas de marketing agressivo que elevam o modelo novo e aposentam o antigo. Diversas empresas multinacionais, laboratórios de pesquisa, cientistas, empresários, todos em prol do chamado progresso; mas, de fato, aonde estão as pessoas estudando e trabalhando para transformar a desigualdade que impera com nível básico e simples?
Enquanto empresas como a Apple imperam no mercado lançando um Iphone novo por ano, pouco se vê sobre o laçamento de tecnologias com cunho social. Pode se pagar o dobro do preço de um produto similar apenas pela marca ou por um incremento banal na tecnologia, mas não se pode pagar adequadamente a mão-de-obra que o produz, em países de condição de trabalho precária - porque afinal, pagar quinze ou dez centavos de dólar por hora para o operário manufatureiro chinês, pode ser a vantagem ou a desvantagem competitiva que retira ou coloca um produto no mercado.
Enquanto isso, explorar ou não explorar uma mão-de-obra carente, vítima da desigualdade entre países e taxas de câmbios, ainda continua longe de ser visto como vantagem de mercado. Como se fosse um "plus" da empresa, e não uma condição básica a ser cumprida. Tantos são os motivos que fazem o mundo pior; tantas são as pesquisas encomendadas pelo mercado que pouco ou nada vão influenciar nisso.
Fico pensando se em algum ponto, algo poderia ter acontecido de diferente. Em que momento o capital se transformou de uma ferramenta para um fim?
Nada mais desigual do que regras iguais.
Morrerei feliz ao presenciar uma revolução. Se e somente se.
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