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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Conjuntos evolutivos

Entender a vida não é um exercício tão simples. Existe um estigma de que alguns perguntas não foram respondidas ainda, e que ninguém entende de verdade o que está se passando.

Ao pensar sobre sua origem, e na complexidade com que funciona, costuma-se logo e ingenuamente associar sua origem e suas leis à Deus ou à Natureza, explicada pela ciência. Mas logo se percebe que sequer são duas origens distintas, mas em níveis diferentes, onde a existência de Deus implica em uma hierarquia imediatamente superior à realidade, onde as ordens acontecem.

Não é muito difícil imaginar porque Deus é necessário para o homem. E a primeira razão para isso é que somos arrogantes e achamos que somos capazes de perceber a realidade integral, por definição. Afinal, realidade é um conceito humano e nada mais justo que o homem seja capaz de perceber e julgar o que é ou não é real. Começamos errados.

A realidade é um modelo criado pelo nosso cérebro e está intimamente relacionado com a nossa consciência, e para entendê-la é importante um exercício bem simples: o que separam os seres vivos que possuem consciência daqueles que não. E a resposta é que, basicamente, pela forma como respondem aos estímulos externos. Seres vivos que não possuem consciência respondem a esses estímulos de maneira direta, enquanto os consciências possuem capacidade de receber um estímulo, processá-lo e respondê-lo de diversas maneiras de acordo com o que ele refletiu sobre aquela situação. A consciência é uma realidade virtual onde fazemos nossas simulações e imaginamos o que poderia dar certo e errado. A partir daí fazemos nossas considerações e respondemos aos estímulos externos em vários níveis além do primário.

O homem, assim como todo animal consciente, é capaz de perceber e refletir sobre a realidade. Que nada mais é que a coleção de estímulos externos que recebemos. A realidade é o conjunto reflexo do nosso lado cognitivo em contato com o universo em um sistema virtual e individual, chamado consciência.

Fato é que os estímulos que recebemos são absolutos. Esses não dependem de observação para existir. E apesar de dependerem das experiências individuais ao serem analisados, são abundantes suficientes para criarem uma noção de inteligência coletiva. Uma interpretação comum social que nos leva a criar a realidade compartilhada que todos percebemos como mundo real.

E outra verdade é que esse mundo real não é exatamente compartilhado de maneira fidedigna. E a falta de sincronia no significado das palavras é o que gera todo conflito social e interindividual. Todo e qualquer conflito humano é e sempre estará associado a diferença de entendimento. A menos onde o conflito seja buscado apenas pelo ato do conflito em si. Todo ser humano quer a mesma coisa, mas cada um tem um entendimento diferente sobre o que as palavras-chaves são.

Aqui, dados esses contextos, já pode-se chegar em como a vida é simples. Utilizando breves conceitos humanos fundamentos na ciência, teoria dos conjuntos e teoria da evolução, pode se partir para explicações sobre cada questão existente ou formulável. Entender o mundo tem muito a ver com entender o que é probabilidade, o que é conjunto e que evolução nada mais é que apenas continuar existindo em um jogo de regras cada vez mais restritivas. Dito isso é jogar o jogo. E aceitar que as respostas não serão a realidade, mas irão refletir operações com ela. A clareza irá determinar o tamanho da interface e, ou, da interseção.

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