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sábado, 24 de novembro de 2012

Sob as cordas do titereiro Ocitocina

Cogitando um link entre estudos fisiológicos envolvendo o hormônio citocina e a lógica evolutiva na perspectiva do Gene Egoísta - estudos científicos recentes* comprovam a regulação da ocitocina como uma ferramenta que proporciona ao corpo o poder de influenciar sobre ações e atributos básicos do convívio social e familiar, como se o corpo, através da ocitocina e um amplo grupo de outros hormônios e demais sinalizadores celulares, agisse maestriamente como um mestre titereiro manipulando complexas e obscuras marionetes.

O envelhecimento do indivíduo, a entrada em diferentes fases da vida que envolvem relações familiares como esposo-esposa, pai/mãe-filho/filha e avô/avó-neto/neta e todo o conjunto de comportamentos de cada etapa apresentam relações com diversos níveis hormonais. A literatura científica* indica fortemente que a ocitocina tem um papel fundamental no desenvolvimento de ligações entre indivíduos, na parentalidade, na ligação entre netos e avôs e até mesmo nas relações entre homens e animais.

Penso se não existe um mecanismo recíproco e de duas vias sobre a regulação entre a ocitocina e a entrada em diferentes estados mentais e físicos propícios para cada situação, mesmo que a idade ainda seja um fator majoritário. Como se o fato de ter ou não um filho, de ter ou não um neto, de ter ou não um parceiro, pudesse acelerar ou atrasar a entrada do organismo em diferentes estados fisiológicos que resultassem em diferentes aspectos físicos e mentais. De certa forma, seria plausível e corroborante com a estratégia do gene em modular as ações do indivíduo e do corpo físico de acordo com seus interesses "egoístas" em sua espiralidade imortal.

Até onde puxamos ou deixamos de puxar nossas próprias cordas e gerenciamos nossos próprios painéis de interesses?

(*) Ageing and Oxytocin: A Call for Extending Human Oxytocin Research to Ageing Populations – A Mini-Review
http://content.karger.com/produktedb/produkte.asp?DOI=10.1159/000341333

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