Se para Dawkins o corpo é puramente uma máquina de sobrevivência utilizada pelos genes, digo que acredito que o meme seja uma estratégia da "máquina" para a subversão desse sistema dualista entre controlado e controlador.
Estaria a chamada máquina de sobrevivência amadurecendo sua capacidade de jogar segundo as regras do jogo?
Aparentemente a cultura detém hoje maior poder de influenciar avaliações sobre o que é melhor para o conjunto máquina-genoma do que o próprio genoma em si, uma vez que atitudes planejadas e com considerações éticas e morais sejam amplamente mais empregadas do que avaliações naturais e instintivas.
À exemplo da metáfora já existente entre o código binário dos softwares como uma possível nova fonte de codificação para agentes auto-replicantes, podemos tirar metáforas e analogias válidas para predizer o futuro da inteligência artificial e possíveis desdobramentos para a, as vezes temida e postulada, revolução dos sistemas computacionais, preparando e antecipando cenários disruptivos em relação as Leis da Robótica clássica de Isaac Asimov.
Por que estigmatizar o fato de que uma criação não pode amadurecer ao ponto de dominar o seu criador? Será verdade?
Se o meme, fruto do gene para organismos consciêntes, obteve exito considerável em reverter o quadro típico controlado-controlador, supostamente exemplificado por diversos fatores culturais que basicamente anulam o instintivo natural, quais são as probabilidades do código de software ser capaz de fazer o mesmo?
Diria que o primeiro passo está na análise real sobre a inversão do quadro. Foi ele realmente e devidamente invertido? O deslocamento vertical da relação gene-meme é válido para a relação meme-software?
Ainda desdobro essas duas perguntas algum dia... Mas curti!
(;
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