Um amigo que está cursando o ensino médio agora, resolveu conversar comigo sobre um assunto que ele estava estudando na escola: vírus e sistema imune. Como eu sou simplesmente apaixonado por virologia, fiz questão de rever alguns conceitos já enferrujados e tentar ensinar alguma coisa para ele. E não é que o moleque é esperto e absorveu bastante coisa?
Foi aí que veio a proposta pelo Whatsup: "cara, você não anima dar uma aula de vírus pra gente? Vou tentar convencer meu professor."
Um assunto que venho pensado muito nos últimos tempos é sobre auto-desenvolvimento. Preciso reconhecer que algumas pessoas muito importantes passaram pela minha frente e me ajudaram bastante, mas talvez por ser curioso e inquieto demais, sempre acabei chegando nos lugares onde a maioria ainda não tinha tido curiosidade para ir.
Esses dias conversei com uma professora que ficou interessada sobre como eu havia conseguido desenvolver minhas habilidades de busca online. É uma coisa que a maioria das pessoas acha que tem ou não tem, como se fosse algo natural: "fulano é bom em achar coisas, pede pra ele". Tipo mãe que tem um poder especial em achar as coisas em casa. Na verdade, não é nada disso, a arte da busca é estar atento a tudo e observar. Buscar é conhecer o seu ambiente, é por a curiosidade em prática e não deixar que ela fique apenas na teoria.
Uma coisa interessante é como a minha geração tem facilidade disso. E essa foi a base da minha resposta.
O meu pai ainda não sabe, mas quando ele instalou a internet na nossa casa, ele tinha acabado de me dar condição de me tornar um excelente buscador. Foi então que da meia-noite às seis horas da manhã minha internet funcionava no talo, baixando tudo o que era possível de achar. Naquela época o acesso a arquivos era muito restrito, não existiam search engines como o Google. Era preciso criatividade para imaginar os nomes dos sites. Era preciso fazer buscas de campo, em fóruns e bate papos online, pesquisando com as pessoas os nomes dos sites que elas conheciam.
Desde que comecei o meu curso de graduação em Bacharelado em Bioquímica comecei a levar essa ideia a sério. Revisões bibliográficas estavam se tornando o meu forte, tudo porque eu sabia como buscar as fontes certas. Como achar qualquer coisa que existia online! E se eu não achava logo, melhor ainda, esse era o desafio - encontrar algo raro é muito mais satisfatório.
Foi aí que caiu a ficha. A resposta para a professora me fez pensar mais claramente. Posso montar um curso de Google avançado e começar a ensinar as pessoas a acharem coisas por elas mesmas. Afinal, tenho feito isso há 15 anos por conta própria. O que começou com a procura de desenhos animados de péssima resolução, com áudio em Japonês e sem legenda, hoje está se transformando em inteligência competitiva e em estudos avançados sobre qualquer área que eu me interesse.
Foi aí que (re)lembrei de um comentário que havia feito no TED Conversations:
What is the most important thing you've learned on your own?This conversation will close in 12 days, 2 hours and 3 minutes,on March 22, 2013 at 16:40:35.
What is the most important thing you've learned on your own?This conversation will close in 12 days, 2 hours and 3 minutes,on March 22, 2013 at 16:40:35.
"Aprender por conta própria", foi a coisa mais importante que aprendi por conta própria.
Mas espera aí. E aquela ideia da Linknow? Se eu consigo é porque fui treinado (por 15 anos). Será que eu sou alguma coisa especial? Especial talvez seja quem faz a mesma coisa e foi treinado por menos tempo.
Mas já voltando a ideia do meu amigo Yuri, que me questionou sobre a possibilidade de dar uma aula para a classe dele:
E se eu formatasse a ideia do curso de Google avançado para uma proposta de ensino médio? Posso treinar a mulecada ainda nova a aprenderem a aprenderem sozinhas. E mais! Posso apresentar a ciência de verdade para eles. Tudo está online, tudo está disponível! Para quem quiser e souber consultar: Wikipedia, INPI, Google, Scholar, Trends, Pubmed, Scielo, Espacenet, Web of Science, etc, etc. São milhões de bases de dados! Tanto conhecimento disponível que é impossível absorver tudo. Hoje qualquer coisa que eu quero saber posso consultar as fontes científicas mais fodas do mundo e ler um artigo que saiu ontem em Harvard.
Essa ideia tem cara de ser meu primeiro projeto de cultura e educação científica: porque ciência você também faz fora de bancada. Então vamos lá!
Cultura e educação científica para ensino médio com foco em auto-desenvolvimento e acervos de informações online. Aprender a aprender é o primeiro passo!
Cultura e educação científica para ensino médio com foco em auto-desenvolvimento e acervos de informações online. Aprender a aprender é o primeiro passo!
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