Sempre refleti muito sobre os grandes cientistas do mundo, os grandes gênios, as grandes descobertas, os grandes fazedores que convertem tecnologia em transformação.
Um pessoal que tem habitado muito meus pensamentos são os figurões empreendedores das primeiras startups do Vale do Silício. Afinal, hoje vivemos na sombra dos mestres da tecnologia da informação. A internet veio para mudar o mundo com força.
Qual foi o dia da virada dessa galera? Quando eles deixaram de ser agentes passivos dessa história, usuários intensivos de tecnologia, vanguardistas - e começaram a ser protagonistas de uma transição de mundo? Que dia será que cai a ficha de que você será responsável por algo grande no mundo?
Uma frase que me marcou e me deixou pensando bastante: o sonho desse pessoal das antigas era ter um computador em casa, porque eles já brincavam nos mainframes, porém com acesso ainda restrito.
Bem, quando nasci já existiam os personal computers. Com poucos anos de idade, lembro de já jogar campo minado no computador do escritório do meu pai, ainda na época do Windows 3.11 que ligava em MS-DOS e você precisava digitar "win" e dar enter para que o Windows fosse executado.
Surfando mais recentemente na onda dos distributed ledgers, principalmente blockchain, me vem sempre a tentação de acreditar que a próxima onda é essa. Que posso me inserir enquanto a maré ainda está baixa. Por que dessa vez eu tenho mais de 10 anos e isso facilita bastante.
Analisando mais friamente, isso nada mais é que a revolução que começou há algumas décadas atrás com a invenção da internet. Quem está se posicionando não começou agora.
Então recentemente comecei a pensar. Que equipamento sempre tive o sonho de ter em casa? Fico imaginando esses caras das antigas sofrendo com o tanto de coisas que resolviam diversos problemas no mainframe e depois vivendo a vida cotidiana. Se hoje eu ainda sofro! O tanto de tempo que perdemos e que os algoritmos vão nos livrar.
No meu caso, o sonho grande é com a vida e a natureza, não com o silício. E escrevo para marcar que esse dia ainda alguns de nós irão viver para se surpreender com ele. Temos muito pouco conhecimento sobre a vida.
Meus mainframes são os PCRs, basicamente as máquinas rudimentares que temos hoje para analisar material genético e identificar diferentes formas de vida microscópicas. Quando entrei na graduação, uma análise de DNA ainda custava milhões, mas estava no ponto de inflexão para entrar em uma fase que fosse mais veloz que a Lei de Moore (previsão de que desenvolveríamos processadores duas vezes mais potentes a cada 18 meses e que vem dado certo desde 1961).
O que eu mal posso aguardar é a época em que teremos mais consciência sobre as formas de vida (inclusive do próprio ser humano) e onde vamos trabalhar cada vez mais nos apropriando das máquinas biológicas que são os microorganismos, principalmente bactérias e fungos.
Quando sequenciar um genoma e identificar marcadores vai ser uma habilidade tão trivial quanto programar.
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